Amigos Conquistados

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O QUINTO ENCONTRO: novos passos

Eu já estava há muitos dias sofrendo por não ter certeza do caminho que estava trilhando. Eu sabia que poderia fazer um trabalho muito melhor do que aquele. Apesar de eu estar me esforçando muito sentia que ainda estava em falta com minhas meninas. Então comecei a “fuçar no blog dos outros”. Nesse momento da jornada gestaleira (ô Biá!) encontrei a Professora Cida, formadora de Caetanópolis, que me abiu o mundo dos blogs do Gestar. E a cada blog que eu abria eu ia descobrindo um mundo de possibilidades.

A essas alturas já havia criado o meu blog (tal fato se deu em maio após tanto tentar postar publicações no Trem Bão e não conseguir e ter publicado uns comentariozinhos muito mixurucas lá). Encontrei no blog Amor e Letras, da Formadora Lucia Raquel Ortiz, do município de Correia Pinto, em Santa Catarina, o texto “Gaiolas e asas”, de Ruben Alves. Eu não o conhecia. Avaliei o texto como indispensável para os nossos encontros e, no encontro do dia 26, as cursistas leram o texto como mensagem inicial para o nosso trabalho. Mas só lemos. Não houve comentários. Avalio que havia um clima desanimador no encontro, principalmente porque não havia material para que as cursistas pudessem estudar. Esse problema já estava insustentável. Mesmo que eu produzisse os slides, trouxesse cópias de outros textos, e procurasse dinamizar os encontros estava lá sempre o fantasma da falta dos livros a atrapalhar o andamento das coisas.

Conversamos muito sobre a unidade 14 do caderno de teoria e prática 4. Produzi slides sobre a seção 1, 2 e 3. Comecei expondo os slides “Leitura, escrita e cultura: A relação entre cultura, os usos sociais da escrita e sua importância para o ensino". Uma frase que serviu de base para nossas discussões foi: "Se uma criança sabe ler, mas não é capaz de ler um livro, uma revista, um jornal, se sabe escrever palavras e frases, mas não é capaz de escrever uma carta, é alfabetizada, mas não é letrada". A frase, de Ângela Kleiman, copiada do blog da Luiza, é conhecida, mas como ponto de partida foi muito bem acolhida para falar mais um pouco sobre as diferenças entre alfabetização, escolarização e letramento.

Optei por não realizar a oficina proposta no Caderno porque as professoras, estando sem material de estudo não puderam se preparar para o encontro. Mediante essa dificuldade decidi por aplicar a atividade de uso contextualizado da escrita através da “dinâmica da casa” porque seria fácil para elas entenderem e, quando elas sentirem-se preparadas, poderão aplicar essa atividade em suas salas de aula.

Encerramos o encontro às quinze horas com a apresentação da atividade de transposição textual. Houve um clima muito especial porque as cursistas produziram textos com o objetivo de comprar uma casa, vender uma casa e tombar a casa. A professora que ficou com a responsabilidade de escrever o texto sobre o tombamento da casa demonstrou grande emoção ao realizar a atividade porque, segundo ela, há um casarão em Esmeraldas que já pertenceu à família e passa por esse processo de tombamento. Quanto a proposta de compra e venda da casa, quando a Professora-cursista terminou de apresentar a proposta de compra da casa, a professora que queria vender a casa começou a rir. E não acabava mais. Ela explicou que as duas podiam fazer negócio porque a casa que ela queria comprar era exatamente a casa que a outra queria vender. No final não foi possível fazer negócio porque o IPHAN expediu parecer favorável ao tombamento da casa.

Marcamos de nos encontrar no dia 4 de julho em Esmeraldas. Esse encontro seria um atendimento pedagógico. Até levei para cada uma delas algumas cópias a respeito da construção do portafólio. Mas não foi possível que sentássemos e discutíssemos o material. Então eu apenas distribuí o material e não considerei o momento como atendimento pedagógico. Despedimo-nos e marcamos o próximo encontro para discutir as duas últimas unidades do Caderno 4 e as duas primeiras do caderno 5. Mas só depois do recesso.

Um comentário:

  1. O grande Guimarães Rosa foi quem disse que "mestre não é quem sempre ensina, mas quem, de repente, aprende."
    Lindo isso, não?
    Por isso você, minha querida colega, possui essa ânsia de saber. É que você tem mais que o dom; tem a alma e o coração de mestre.
    Saudades,
    Até dia 24,
    Cida.

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