Amigos Conquistados

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Gestar II: Seminário de Avaliação



O último encontro do ano dos formadores de Minas Gerais com os formadores da UNB aconteceu nos dias 23 e 24 de novembro. Foi um momento de celebração de resultados. A hora do encontro foi também da despedida e todos estavam muito emocionados com essa perspectiva.

Muitas novidades, muitos resultados positivos, muitos desafios e uma emoção muito grande em relatar todas as conquistas. Os projetos apresentados pelos formadores municipais como um dos resultados do Programa Gestar II em cada cidade são apenas o começo: ideias muito interessantes para implementar um ensino produtivo da língua materna na escolas.
Chamou a atenção o trabalho desenvolvido pela formadora Darcy, no município de Lavras, onde, em um de seus projetos, intitulado "História da cidade de Lavras contada nos ônibus", os estudantes visitavam transporte público vestidos como personagens que se destacaram no município, conversando com a população e emocionando os moradores mais antigos e todos os envolvidos no projeto.

Em Morada Nova, a formadora Ana Maria, desenvolveu com suas cursistas um projeto de leitura trimestral, onde grupos de estudantes foram responsáveis por apresentar livros aos companheiros e à comunidade escolar em geral. Os estudantes se organizavam em forma de recitais, teatro, dança. Qualquer forma de arte que pudesse traduzir o livro para a plateia.

As formadoras Cecília (Matemática) e Rogéria (Português) do município de Martinho Campos e a formadora Rita de Itabirito optaram por desenvolver um projeto relacionado as Tangran. Justificaram essa escolha pela oportunidade de envolverem a interdisciplinaridade como norteadora do projeto. Aprendendo com o tangran os estudantes de diversas escolas puderam socializar seus conhecimentos através do teatro, da construção de maquetes, da produção textual ilustrada por figuras formadas pelas peças do tangram... Uma verdadeira festa.

A formadora Carmen, de Almenara, seguidora deste blog, trouxe, para socializar, o projeto Novena Literária. O objetivo é oportunizar a todos os membros da família a leitura de um livro. Após o término da Novena Literária todos se encontram para as apresentações de um livro por família. O mais interessante desse projeto é que não são os estudantes que apresentam o livro, mas alguém da comunidade familiar: um tio, o pai, a mãe, os avós... A formadora relatou que esse projeto foi de grande aceitação pela comunidade escolar pois os familiares dos estudantes se emocionaram muito com essa presença na escola para falar de uma experiência tão interessante.

As formadoras Hasla e Regina, de Contagem relataram o respeito e o carinho da Prefeitura para com o Gestar II. Grácia e Helenice, de Betim e eu, de Esmeraldas, relatamos nossas dificuldades em conciliar o programa com o calendário de reposições de aulas devido à gripe h1n1 e ao movimento sindical por melhores salários e condições de trabalho em nossos municípios.

Ainda teve a Solange, de Nova Resende, a Cidda, grande amiga, de Caetanópolis, que já terminou as oficinas do programa e todos poderão acompanhar seu trabalho maravilhoso através do blog que ela criou para esse fim. Teve o pessoal de Juatuba, com a competência da Cláudia e do Islander. A professora Beatriz, de Alfenas, Maria Helena, da cidade de Cláudio, as formadoras Lívia e Rosane, de Guaranésia, a formadora Luciene, que trouxe um banner do tamanho de Araçaí. A Selma e a Valdete, de Divinópolis. Por último a formadora Simone, de Inhotim, que apresentou um excelente trabalho com os cursistas do município, baseado na literatura de cordel.
Uma das certezas que permeou o seminário de avaliação foi o acerto na escolha do material do programa. Todos afirmaram o quanto ele é interessante e pertinente ao trabalho dos professores de língua materna.

Uma das maiores dificuldades, apontadas pelo grupo, foi a ausência da Universidade, na pessoa do formador responsável pelos formadores municipais. Dificuldade superada pelo compromisso, pelo entusiasmo, pela solidariedade entre os formadores de todo o país.
O mais importante dessa "gestação" toda foi perceber que a Educação, no país, tem um longo caminho para ser percorrido mas muitos educadores comprometidos com ela já deram seus primeiros passos. E, muito mais importante que os primeiros passos foi ter a Universidade de Brasília como aquela que nos proporcionou uma segurança infinita nessa caminhada.

sábado, 5 de dezembro de 2009

O Gestar II e as bolsas do MEC

O Programa Gestão da Aprendizagem Escolar está terminando a primeira etapa em Minas Gerais. Os polos de Belo Horizonte e Montes Claros concluíram os seminários de avaliação nos dias 23 e 24 de novembro. O empenho dos professores formadores municipais e estaduais foi visível. Já o desempenho de algumas secretarias de educação do Estado foi incompatível com a proposta do Programa.
A UNB proporcionou um momento único na vida dos Professores Formadores. Estes trouxeram aos Seminários as emoções vivenciadas em cada oficina planejada, em cada conhecimento gestado e em cada projeto interdisciplinar construído pelos Professores Cursistas e iniciado nas escolas.
No meio de tanta emoção e de tanto empenho há uma pergunta que não quer calar: Onde está a bolsa? Com a resolução número 35, publicada em 13/07/2009, todos os formadores tinham esperança de receber o auxílio antes de o Programam acabar. Não foi o que aconteceu. E o MEC calou-se por completo. Informaram na etapa de agosto que pagariam em outubro. Depois informaram na etapa de novembro que a bolsa seria paga em dezembro. E, nesse jogo de empurra não sabemos de qual ano será esse dezembro.
Apesar de ser tudo maravilhoso: os cadernos, as atividades, as propostas consistentes de um ensino rico e variado da língua materna, o enfoque no trabalho com gêneros textuais e na metodologia de projetos interdisciplinares, nada pode se comparar ao descaso do MEC para com os formadores, no que diz respeito à bolsa.
Fico imaginando o que estará sendo feito desse dinheiro pois se a resolução já foi publicada (em julho) os recursos existem. E se eles existem por que não chegam nas mãos de seus verdadeiros donos, que são os formadores do Gestar II? Com esses escândalos que voltaram a acontecer não é bom nem pensar.
E não adianta o MEC dizer que a responsabilidade é da UNB porque todo mundo sabe que controlar pagamento de bolsa não é função da Universidade, mas sim do FNDE. A UNB repassa os relatórios, avalia os formadores, promove a formação e controla a frequência dos professores. E o MEC? O que o MEC andou fazendo durante esses nove meses de "gestação"? Porque aqui em Esmeraldas meus kits só chegaram em agosto.
É lamentável que um país que tenha por meta melhorar a educação trate seus professores dessa forma. Até hoje não comprei um livro sequer porque meu salário base de 660 reais não me permite. O notebook que eu precisei foi o meu pc, que eu carreguei em cima da minha moto, pra cima e pra baixo, durante esses nove meses. Ainda tendo que arrastar, de vez em quando, monitor, caixas de som, teclado e mouse. A Pérola, minha moto, ganhou até uns arranhões por causa disso.
Lamento pelas palavras duras. Apesar disso não guardo mágoas. O que eu conquistei com o Gestar II vai muito além dessa bolsa de 4.000,00. Mas certas coisa precisam ser ditas. E para os amigos que conquistei através do Programa só posso dizer que até agora nenhuma notícia sequer, boa ou má. A culpa deve ser do sistema, vocês sabem.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009







Muitas pessoas conhecem minha história de amor. A maioria acha o máximo esse amor desesperado e sem noção que tenho pelo meu marido. Com o tempo (já são dezenove anos de um casamento que me trouxe muita realização) aprendi que muitas pessoas passam a vida inteira procurando um amor assim e muitas nunca encontram.
Faço tudo e qualquer coisa por ele e no dia 29/11 larguei tudo pra lá: Pós-graduação, blog, postagens, gestar, resposta de e-mails, diários, taletas, plano de aula e fui atender ao chamado do meu amor: era o dia de confraternização no Instituto Mineiro de Nefrologia, clínica onde ele faz hemodiálise. Peguei as crianças e fui.
Quando eu cheguei lá percebi uma festa cheia de metáforas, daquelas bem poéticas: as equipes médicas e de enfermagem estavam lá todas fantasiadas para receber com muita alegria cada paciente com sua família. A clínica toda produzida com tenda, balões, palhaços, mesas postas e tudo muito bem cuidado para as pessoas mais importantes da festa: os pacientes. Até a chuva apareceu por lá para ajudar a diminuir o calor.
Olhei em redor e vi muitas pessoas com suas cicatrizes e suas dores, muitas com seus curativos, outras ainda em cadeiras de rodas. Quando o Papai Noel chegou até meu filho se levantou para ir lá tirar uma foto. E minha filha Victória passou a festa inteira dizendo que não era criança até que chegou a hora dos palhaços Pipoca e Sorriso distribuírem balões em formato de bicho. Só podia ir lá pegar quem fosse criança. Então ela, de repente, já era criança de novo. E o Arthur que passou a festa inteira se divertindo? Ele aproveitou demais a festa.

Por um instante mágico todos esqueceram seus problemas e uma energia de confraternização tomou conta da festa. A Banda deu um show. A festa foi linda e emocionante. E o serviço de primeira. Dizem que todos os anos é assim.

Fiquei imaginando o trabalho que deu organizar tudo aquilo. Quando terminou fiquei pensando que quem trabalhou tanto para organizar deveria também estar feliz com o resultado. Chegamos em casa todos exaustos. Todos felizes por termos participado de um evento tão delicioso.

Nessas ocasiões tão especias que a vida oferece é sempre bom refletir sobre as prioridades. Família e amigos devem estar sempre em primeiro lugar. São eles que nos ensinam lições preciosas de humildade, tolerância e amor. Pra vida inteira. Larguei tudo e fui à festa aprender uma lição. Não perdi nada. Ganhei.