Amigos Conquistados

sábado, 22 de agosto de 2009

Por melhores salários porque a gente não quer só comida...


Assembleia dos servidores da Educação, em Esmeraldas. Dia 04/07

Os profissionais da Educação de Esmeraldas estão em campanha salarial desde janeiro de 2009. No dia 04/07 houve a Assembleia de filiação ao Sindiute. Os profissionais organizaram uma comissão de negociação com o prefeito da Cidade, Senhor Flávio. Há também uma comissão paritária que revê o PCCV, já que a categoria dos professores não recebe as gratificações legais. A categoria reivindica também um novo concurso público, já que há muitos profissionais contratados atuando nos quadros do magistério municipal.

A comissão vem promovendo, junto aos profissionais, assembleias sistemáticas para garantir a democracia e a agenda de eventos do movimento. O movimento vem ganhando força entre os funcionários da educação, ainda assim, há muitos que não aderiram ao movimento. Não participam das assembleias nem das paralisações da categoria. Esses são considerados os bonzinhos da cidade. Os bonzinhos estão nas escolas e nas salas de aula no dia das assembleias. Já fizeram seus calendários de reposições e até já vão começar a pagar os dias que pararam, mesmo ainda não tendo uma resposta positiva da administração municipal. Os maus professores são aqueles que estão na luta por seus direitos. Mas quando todos conseguirem que os direitos sejam reconhecidos, os bonzinhos, que não lutaram, não participaram, não se organizaram e até boicotaram o movimento, vão receber o mesmo salário e o mesmo benefício conquistados pelos outros que lutaram.

Há que se ver muitos lados dessa questão. E todos eles têm a ver com a ética, com a cidadania, com o respeito por si e pelo outro. O ofício de educador, professor, profissional da educação, prevê compromisso. Compromisso com a luta por uma sociedade igualitária. Amor também. As jornadas dos professores estão cada vez maiores. São duas, três escolas. Alguns professores moram dentro de seus carros. Onde está o amor? Agora as discussõe se voltam para o golpe do piso salarial: jornadas de 40 horas, jornadas de até 40 horas.

E o compromisso com a sociedade? O compromisso com o aluno das escolas públicas? Como o professor poderia dar o melhor de si se cumpre várias jornadas de trabalho durante o dia? E como sustentar a si e à sua família cumprindo apenas uma jornada, ganhando 660 reais e gastando 200 reais, ou até mais, com transporte?

Mesmo assim o professor é um forte. Um lutador. Como na música: "O dia te exige o suor e o braço, pra usina do dono, do teu cansaço". É preciso não se deixar levar pelos discursos daqueles que estão no poder e ter clareza da justiça da luta. Não se deixar oprimir. É preciso dar testemunho de coragem, de fé na vida. É preciso estar em paz consigo mesmo e pensar sempre que o melhor que poderia ter sido feito foi feito.

As coisas já melhoraram muito. Já houve professor por aí pelo país afora que já teve como salário o que equivaleria hoje, a trinta reais. Os muito jovens não imaginam isso. Mas aqueles que já estão nas estradas há mais tempo sabem. Nem por isso a luta deve ser encerrada. É preciso e urgente garantir o respeito ao professor, como se deve respeitar todo e qualquer trabalhador no país. Muito ainda se tem para caminhar.

Pense se você quer mesmo ser um professor
bonzinho...

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