Amigos Conquistados

segunda-feira, 15 de março de 2010

16 de Março: Paralisação Nacional. Em Belo Horizonte vamos inaugurar a Cidade Administrativa

Para os que trabalham em Belo Horizonte e região metropolitana a mobilização se dará na Cidade Administrativa Aeciolândia, a partir das 14 horas.

Já que ninguém foi convidado para a inauguração oficial da Tancredolândia, com direito a interpretação tão emocionada do Hino Nacional na voz da conterrânea Fafá de Belém e também pela oportunidade única de ouvir Canção da América, na voz de Milton Nascimento, agora vamos todos nós, trabalhadores da educação, tomar posse da tão bela e tão bem planejada cidade administrativa.

O cordel: Oficina livre.

Ainda no dia 12 de setembro, após o almoço, nos reunimos novamente para o estudo da literatura de cordel e suas aplicações em sala de aula. Assistimos a vários vídeos sobre a lenda do Cabeça de Cuia e sobre a Literatura de Cordel. Esta atividade era parte do trabalho que viria a seguir:

Utilizando pincéis, tintas, bandejas de isopor, cola, estilete e criatividade passamos para a segunda parte de nossa oficina. Com base na Lenda do Cabeça de Cuia, criamos a Lenda do Cabeça de Fogo e, para ilustrar a lenda, produzimos um carimbo, utilizando as bandejas de isopor e todo o material que fora providenciado.

Levei para as cursistas um carimbo que eu tinha construído a partir da Lenda do Rio Amazonas e elas gostaram muito. Eu já havia experimentado também, com os alunos dos 6ºs anos, um trabalho de carimbos a partir de trava-línguas, sugerido no AAA5. Levei para elas observarem e elas consideraram um trabalho muito interessante.

Texto coletivo:
A lenda do cabeça de fogo.

O povo não acredita
Em história de cachaceiro
de vaqueiro e pescador

E diz que toda mentira
tem um fundo de verdade
se dita por muita gente.
E uma história de verdade
contada como brincadeira
Por mais real que pareça
Nunca será verdadeira.

Existe história lendária
Que com tempo ganha fama

Há muitos anos atrás
Existiu em Minas Gerais
Um pinguço, um cachaceiro
Chiva era seu nome
Cresceu sem religião
Sem pai e sem irmão
Sua mãe muito velhinha
Sem mágoa no coração.

Chiva, o preguiçoso
Não aprendeu trabalhar
E, devido a bebedeira,
Danava a esbravejar.
Vivia ameaçando
Dava soco, dava gritos
Agredia a todo mundo
Os outros eram malditos.
Sua mãezinha chorava
Muito tristonha a velhinha.

Sem esperança na vida
Em sua pobre casinha
O sofrimento do filho
sem trabalho e sem vontade
de dar a volta por cima
Vendo o filho em desespero
A bebida o consumia
Sem ter sorte na vida
A mãe se compadecia.

Mais uma vez a cachaça
E Chiva chegou zangado
Não tinha arrumado trabalho
E irritado bebeu
muito mais do que podia
E xingava todo mundo.
Sua mãe, que culpa tinha?
Mas ela lhe disse: - Filhinho
Não pense mais em mazela
E tome um café com pão.

Nervoso, tinhoso, ficou
Foi lá no fogão à lenha
E pegou de uma panela
Sentou na cabeça dela.
A pancada muito forte
Levou a velhinha à morte.
E de tão desesperado
Chiva ficou azul.
Com a cabeça amassada
E muitos dentes quebrados
Só lhe restou mesmo um.

Em desespero sombrio
Nem pensou no que fazia
E enfiou sua cabeça
No meio da brasa que ardia
E o povo, muito assustado
batizou "Cabeça de Fogo"
o monstro azul do povoado.
E a sombra da maldição
acompanhou-o para sempre
a partir daquele dia.

Após a produção textual e também da imitação da xilogravura (carimbo na bandeja de isopor), passamos a uma conversa breve a respeito de algumas formas de utilizar o trabalho com a literatura de cordel em nossas turmas do Ensino Fundamental. Um comentário que me deixou muito satisfeita foi o seguinte: "Sempre achei que seria muito difícil realizar uma atividade como essa em sala de aula. Vejo agora o quanto me enganei".

Encerramos a atividade e marcamos o próximo encontro para o dia 26 de setembro. A ideia principal era encerrar os estudos do TP6 e iniciar os estudos do TP1.


Os vídeos utilizados estão nos endereços eletrônicos abaixo. Além deles, foi também utilizada uma apresentação em power point produzida pela Professora Simone, de Brumadinho que, generosamente, compartilhou de seu trabalho maravilhoso com todos os formadores do Gestar II, da região de Belo Horizonte.
http://www.youtube.com/watch?v=OTxEL9lptW4

http://www.youtube.com/watch?v=9c5wlJCfm1g

quarta-feira, 3 de março de 2010

BBB 10




É a vida. Fico até meio sem graça quando vejo todo mundo falar (mal) do BBB. Na verdade podem falar à vontade porque é um assunto que não me diz respeito. Não me interessa nem um pouco. Não toco nesse assunto durante minhas aulas, meus alunos nem conversam comigo sobre isso. Na verdade nem considero o BBB um assunto. É mais uma falta de assunto que qualquer outra coisa. A única coisa que me chateia é ver o Pedro Bial envolvido nisso.

Tem muita situação por aí que é igual ou pior ao que se vê na tv, na "casa". Uma dessas coisas é observar, nas escolas nas quais trabalhamos, ser nomeado um diretor por ele ser "da panela" do prefeito, mesmo que o tal diretor não tenha competência para isso ou que ele não tenha qualquer vínculo funcional com a escola. Coisas como problemas que enfrentamos todos os dias em nossas escolas como a discussão pífia de um piso salarial pífio de 40 horas semanais ou de até 40 horas horas semanais. Ou de um processo de avaliação de desempenho cheio de incoerências e intransparências. Coisas assim tão importantes que as pessoas não costumam questionar.

Programas como o BBB devem servir para alienar o povo que, no caso dos professores, em vez de discutir salário, melhores condições de trabalho, reivindicar direitos já adquiridos e exigir o cumprimento da lei (de todo aquele monte de leis sobre educação, pois a única lei que parece existir naquela LDB é a lei dos 200 dias letivos), fica muito preocupado em saber e em "votar" no próximo eliminado do programa. Pão e circo para o povo.

Não é preciso desespero. Todo mundo tem um controle remoto nas mãos. É só desligar a tv e procurar um livro pra ler. Meu amigo Ronald diz que a tv é um demônio. Eu não ligo. Não vivo sem tv. Mas também não assisto BBB. Ponto final.