Amigos Conquistados

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A Troca de Rosas

Ritual delicado e poético que existe no Vale do Amanhecer, hoje é dia da Troca de Rosas, Aniversário de Tia Neiva, onde as falanges do Céu vêm trazer suas bençãos à Terra. Não somente aos jaguares deste século, mas para toda a humanidade. Por isso, hoje, às vinte horas, leve a Deus um pensamento de amor, uma vibração positiva, um pedido, uma prece, uma dor, uma saudade. Falanges de amor e luz estarão na Terra inteira espalhando o amor incondicional. Banhe-se no perfume dessa Troca de Rosas.
Seja Feliz e tenha boa sorte.

terça-feira, 27 de outubro de 2009




Leitura de Agosto: O mundo de Sofia

Para o mês de agosto escolhi “O mundo de Sofia: Romance da História da Filosofia”, de Jostein GAARDER. O livro é um passeio pela história da Filosofia. Lembro que quando ele foi publicado foi uma febre. Só se falava nele. Mas nunca tive oportunidade de ler. Naquela época eu já levava uma vida itinerante. O que eu mais gostei do Mundo de Sofia, foi de reler Marx. Então compreendi porque o movimento por melhoria salarial e de condições de trabalho tem tantos professores que não se engajam e não participam. São alienados.
A leitura desse livro fez com que eu entendesse que é vital para o Professor ler mais sobre Filosofia. Durante os dias em que estive lendo o livro fiquei mais questionadora e percebi que levei essas inquietações e esses questionamentos para a sala de aula. Minhas aulas foram muito proveitosas, e os alunos perceberam algo de diferente em mim: disseram que eu estava “mais legal”.
Mas acabou a leitura e a chama apagou. Quero reacendê-la para que ela brilhe sempre.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

É Dia do Professor!

Já estou cansada de ouvir que os professores não têm nada para comemorar. Tem professor falando até do constrangimento de se declarar professor. Eu tenho orgulho de ser professora. Se eu pudesse deixar alguma coisa para meus filhos, plantaria no coração deles o desejo ardente de ser professor.
Ser professor é muito bom! É um trabalho que faz a diferença. Cada professor tem seu jeito de trabalhar, de se relacionar com os estudantes, cada um é um universo de experiências, crenças, teorias, fazeres, sabores e saberes. Isso proporciona uma convivência rica em um ambiente onde a busca pelo conhecimento é o pano de fundo para as teias de relacionamento que se cruzam nas salas de aula, na sala dos professores, nos corredores da escola.
Enquanto uns professores ficam abaladíssimos com as bombas jogadas nos carros estacionados na escola, outros se preocupam, mas nem tanto.
Enquanto uns trabalham para que os estudantes tenham acesso à variante padrão da língua, pelo menos no ambiente escolar e nos aspectos mais gerais da língua, outros dizem "para mim fazer", justificando que a exigência de um Português mais "erudito" torna o professor um pedante.
Enquanto uns lutam pelos direitos da categoria, outros furam o movimento.
Aqui pode parecer, mas não são dois lados de um conflito. Como eu já disse, são universos inteiros. E todos os posicionamentos contribuem para fazer da escola, especialmente a escola pública, isso que ela é: o lugar da diversidade.
É importante discutir a questão da violência na escola? Claro que é. Mas também é preciso valorizar as relações. É importante ensinar? Não só é importante como é o dever da escola. É pra isso que a escola existe. Mas também é importante valorizar a cultura, as variantes de prestígio naquela comunidade em que a escola está inserida. É importante lutar pelos direitos da categoria? Imprescindível. O que não é possível deixar o rancor tomar conta dos corações.
Ser professor é muito bom. Não sou uma Poliana. Sei, tenho experimentado cotidianamente experiências nada edificantes nas salas de aula por onde eu tenho trabalhado. Já dei aula em tudo quanto é lugar, mas nada se compara às dificuldades que tenho aqui em Minas Gerais.
Não são só os alunos, não. Muitos colegas professores também fazem questão de dar uma alfinetada de vez em quando. As vezes essas alfinetadas se transformam em espadas ou flechas que acertam direto no coração.Todo dia tem algum leão pra matar, como nos circos romanos. Mas quero deixar minha marca. As humilhações, as dificuldades, o preconceito, a não aceitação, a gente vai vencendo em busca de um objetivo maior.
Sem exagero nenhum: adoro meu trabalho. Já pensei em deixar a sala de aula, mas para onde eu iria? Acho que penso nisso naqueles dias sem sol. Mas logo o sol vem e eu esqueço os dias de frio. Tenho horror ao frio.
Concordo plenamente que o professor do serviço público ganha mal. Especialmente o funcionário da esfera municipal e estadual. Minas Gerais é tão ruim quanto o Pará, nesse aspecto. Mas na Educação não há mais espaço para o amadorismo. É preciso ter formação. Estar preparado. Buscar. É preciso ser profissional cada vez mais.
Se tem muita coisa ruim: salário baixo, violência na escola, falta de respeito e de valorização, tem a vontade de fazer a diferença. tem a vontade de romper as barreiras da indiferença e do preconceito. E esse ano eu até ganhei um presente do MEC: o GESTAR II. Imagina se eu fosse pagar um curso desse porte. Como esse programa mudou a minha vida, agora eu não paro mais.
Estou muito feliz porque hoje é o meu dia. Sou muito feliz porque sou professora. Faço a minha parte. Faço o que eu gosto. Costumo dizer que eu nasci pra fazer isso. Parabéns a todos os professores e a todas as professoras do Brasil!

domingo, 11 de outubro de 2009

"Porque eu quero ter amor bem mais ainda"

A agência Mendes Publicidade foi a responsável pela produção do cartaz que ilustra a Festa da Rainha da Amazônia deste ano. O fotógrafo escolhido pela Diretoria da Festa para fazer a foto da imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré foi Miguel Chikaoka. Miguel, que possui mais de trinta anos de carreira, no ano passado, apresentou a exposição "Cenas da Fé", composta de 20 fotografias cujo tema era o Círio. O cartaz é considerado um dos símbolos do Círio. O primeiro foi produzido em 1882, e até hoje essa tradição permanece. Os fiéis têm o costume de fixar o Cartaz nas fachadas dos prédios, portas das casas, hospitais, para prestar homenagem e também pedir bênçãos à Padroeira dos Paraenses. Os antigos cartazes podem ser conferidos no site oficial do Círio: www.basilicasantuariodenazare.com.br.

Nos meus tempos de católica praticante nunca dei valor ao Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Fui entender o que essa procissão descomunal significava pra mim quando deixei minha casa para morar na casa dos outros.

Entendi o valor da comida especial no 2º domingo de outubro: alimento que dá tanto trabalho para ser preparado e que só nesse dia pode ser saboreado na companhia dos amigos e da família que se junta para lembrar os ausentes e comemorar os que chegam a correr pela casa ou a depender do colo e dos cuidados de quem estiver disposto e paciente. Dia também de reverenciar os mais velhos por sua sabedoria e experiência acumulada ao longo de suas vidas.

Nunca fui à uma procissão. Não tive coragem de enfrentar o calor, o tumulto e a multidão. Falta de fé, talvez. Nunca fui muito de acreditar. Mas diversas vezes a Mãe de Jesus e padroeira da família veio ao meu encontro. A Mãe da Amazônia já foi me procurar nas águas da baía, nas estradas, na praça da matriz, bem no meio de meu caminhar desavisado em terra ou em água.


Por eu ser assim tão descrente sempre admirei a fé dos outros. Os romeiros que vêm a pé de Castanhal, os que vêm de bicicleta, os que pagam suas promessas com tijolos na cabeça, aqueles que trazem velas de todos os formatos e tamanhos para colocar no "Carro dos Milagres", os anjos de branco, de azul, de cor de rosa que alçam seus vôos nos ombros de seus pais e são mensageiros da esperança. Os que caminham de joelhos, os que levam suas cruzes. São tantos os promesseiros para anunciar a fé que eu não tenho.

Muitos distribuem água, outros andam de joelhos, outros rezam, cantam e eu choro. Choro de saudades de casa. E penso em tudo o que a Senhora da Berlinda, que vai ao encontro de seus filhos por onde eles estiverem, representa para o povo tão sofrido e tão abandonado por seus governantes. Alguém deveria fazer uma promessa pra que esses mesmos governantes tivessem um pouco de descência e parassem de roubar o dinheiro público.

Eu não tenho fé para isso. Sei que o meu caminho é sem volta. Se, ou quando, um dia eu voltar a ver a Senhora de Nazaré de perto, será com olhos de turista. Mesmo assim sei, ainda que sem fé, que essa que avança como a aurora, continuará a me abençoar e a confortar meu coração tão dolorido por essa vida afora.

Tenho um amigo (sonhei com ele hoje. Deve ser saudade) que fala que tudo na vida da gente é a gente que escolhe. Nunca concordei com ele. Não escolheria jamais viver longe da Baía do Guajará. Se eu pudesse escolher, estaria hoje sob a regência das águas. Não é ingratidão com a terra que me acolheu, as montanhas que me abrigam. Mas a gente é o que é.
Que a Mãe de Jesus possa ser hoje a mãe de cada um: dos que acreditam fervorosamente e de mãos postas pedem sua benção, e dos que não acreditam. São todos filhos, uns mais fáceis outros mais pirracentos. E que de Belém venha a luz do Círio para emanar todas as famílias com esperança e todos os valores que precisamos resgatar em cada lar: respeito, tolerância, humildade e amor.

domingo, 4 de outubro de 2009

Leitura de Julho

O livro Terra Vermelha, de Domingos Pellegrini, caiu do céu. Muito lindo, o livro conta a vida de Tiana e José em meio à colonização do norte do Paraná e a fundação de Londrina. O café, as conquistas, as lutas. A passeata das Putas. Eu pude pensar muito em mim e na minha situação de migrante nas terras de Minas. O livro nem foi lido, foi devorado. Uma leitura muito fácil, muito rápida e quando a gente vê, já acabou.
A história conta dos amigos, da vida, das dificuldades e fala do sentido que a vida tem, na busca pela realização pessoal, fala de sucessos e de fracasssos. Fala de migrantes e imigrantes, culturas que se juntaram para realizar um sonho: Londrina. O livro ainda me fez pensar nas aulas de Geografia. Lembro de ter ouvido falar do solo de terra roxa, excelente para o plantio do café. Nunca suspeitei que a terra era mesmo vermelha. Tem coisas que a gente não aprende mesmo na escola...
" Como vou? Vivendo
a poesia de cada dia
com sol ou chovendo"
do caderno de poesias de Tiana

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Teia Cultural Minas - Nº 84 - 01 de outubro de 2009 - Ano V‏

Homenagem aos benzedeiros, parteiras, bordadeiras, quituteiras e doceiras, congadeiras e reisados, carnavalescos, balaieiros, bandas de música e mestres da tradição oral da cidade de Esmeraldas, em Minas Gerais, que receberam no último dia 25 de setembro a Diplomação como Mestres da Cultura Popular. Essa solenidade integrou a Jornada Mineira do Patrimônio, promovida pelo IEPHA, e que acontece simultaneamente em mais de 500 municípios mineiros. Para o Diretor de Cultura de Esmeraldas, Paulo Pimentel Teixeira, essa diplomação tem como objetivos reconhecer e estimular os detentores dos conhecimentos da cultura popular no município e em todo o estado de Minas Gerais. Parabéns aos Mestres da Cultura Popular de Esmeraldas!