Amigos Conquistados

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Relatório de Atividades do Gestar II, em Esmeraldas

No dia sete de abril houve a primeira reunião em Esmeraldas, no Auditório da Secretaria Municipal de Educação, para uma conversa com os professores de Português e Matemática sobre o Gestar II. Além dos formadores do Gestar II Professora Sílvia (Português) e Professor Rafael Rodrigues (Matemática), estava presente a Coordenadora do Programa de Formação Continuada na cidade, Mariana Pereira.

O Professor Rafael apresentou o Programa de Formação Continuada, através de slides. Em seguida eu me pronunciei apenas para falar sobre alguns aspectos do programa de Português e provocar uma breve discussão inicial a respeito do ensino de língua materna no município. Aproveitei para falar das origens do Programa Gestar II e dos resultados que o programa já alcançou no nordeste do país, como foi informado pela formadora da UNB, professora Catia.

A seguir o material foi apresentado aos cursistas, que foi classificado como excelente. Infelizmente, já desde o primeiro momento a Secretaria contava com apenas um kit de Português e um kit de Matemática.

Os cursistas perguntaram a Coordenadora o que a Secretaria de Educação poderia oferecer a eles em contrapartida à participação na formação. A coordenadora respondeu que há uma comissão de revisão do PCCV (plano de cargos, carreira e vencimentos da Prefeitura) e que a própria secretaria lançaria como proposta que o GESTAR II e o PRO-LETRAMENTO tivessem o mesmo peso que um curso de pós-graduação no pccv. Além disso, a secretaria de educação oferecia os próprios formadores e o suporte logístico para a formação (espaço físico e equipamentos). Além disso não havia mais nada que a Prefeitura pudesse oferecer aos cursistas, como transporte, alimentação ou qualquer outra ajuda de custo.

Os professores de Português e de Matemática dividiram-se em dois grupos para acertarem detalhes de carga horária e de calendário de encontros. Logo os professores de Matemática decidiram que as oficinas seriam às quintas-feiras, de 13 as 17 horas. Já os de Português debateram muito, porque o dia de formação que dava pra um, não seria possível para outros. A maioria não poderia no sábado então ficou marcado para as quartas feiras de 18 as 22 horas, na Escola Augusto Lucas. E ficou marcado o primeiro encontro de Português para o dia 15 de abril.

A seguir, a Coordenadora Pedagógica agradeceu a todos os presentes e encerrou a reunião desejando a todos uma boa sorte na implantação do Gestar II na cidade de Esmeraldas.

No dia 15 de abril, como ficou determinado no primeiro encontro, a Coordenadora Pedagógica do Gestar II mobilizou recursos para o início das oficinas do GESTAR de Português, organizando com antecedência o espaço onde o encontro seria promovido, como autorização da direção da escola e remanejamento, instalação avaliação de funcionamento adequado de equipamentos. O que aconteceu foi que apenas uma cursista compareceu ao evento.

A Coordenadora Pedagógica então decidiu manter os encontros às quartas-feiras e marcou um novo encontro no dia 22 de abril. Providenciou comunicar-se com todas as escolas da rede pública de Esmeraldas com anos finais do Ensino Fundamental. Aconteceu novamente que apenas um cursista compareceu ao local, e não apresentou interesse na leitura dos textos preparados e nem em assistir aos slides pois, como é professor em outra cidade, alegou que participaria do Gestar na rede em que é contratado.

Imediatamente entrei em contado com a Secretária de Educação, Professora Jane, para mantê-la a par da situação. A Secretária ficou muito frustrada, talvez nem tanto quanto eu, e declarou que provavelmente decidiria por cancelar o Gestar de Português na cidade. Apesar de ter ficado muito triste com as declarações da secretária entendi que o caminho seria esse mesmo, pois os professores demonstraram muita falta de interesse com o projeto.

A Coordenadora Pedagógica encaminhou à cada escola um ofício esclarecendo mais uma vez a importância do GESTAR e solicitou uma lista de professores interessados em aderir ao curso, com o dia da semana que seria mais interessante para o encontro de formação. A partir das respostas encaminhadas à Secretaria, Formadora e Coordenadora Pedagógica se propuseram a tentar um novo encontro, no sábado, dia 09 de maio. Ambas acordaram que seria uma última tentativa de implantar o programa em Esmeraldas.

No dia 09 de maio, na Escola Municipal Mundo Mágico, das 9 às 11 horas, apresentaram-se para o Programa cinco professoras. Essas professoras decidiram que o sábado seria o único dia da semana disponível para o encontro. E tais professoras solicitaram que os encontros fossem planejados para ter uma duração de pelo menos seis horas devido às dificuldades de transporte e locomoção para Esmeraldas, já que alguns cursistas viriam de Belo Horizonte e Contagem para participar dos encontros.

As professoras que participaram desse encontro foram: Ariaine Alves Costa, Maria Nolfira Barbosa, Carla Moreira dos Santos, Marilene Gonzaga Bardasson e Rosely das Graças Coelho.

Houve também reclamações das professoras em relação ao local da reunião porque a escola que abrigou o grupo é uma escola de Educação Infantil e o mobiliário da referida escola não é adequado para adultos. Além disso, o grupo não contou com equipamento tecnológico algum, sendo possível apenas a leitura do texto da professora Maria Luiza Monteiro Salles Coroa: DIFERENTES CONCEPÇÕES DE LÍNGUA NA PRÁTICA PEDAGÓGICA. A partir dessa leitura algumas questões sobre o ensino de língua materna foram apresentadas e debatidas: O que é língua? Que língua é essa que cada professor trabalha nas salas de aula? Qual a concepção de língua que permeiam as ações de cada professor de língua materna?

Esses foram os questionamentos que partiram da formadora em direção às cursistas. Mas a primeira pergunta que partiu dos cursistas em direção à formadora foi: - “É para ensinar gramática?”. Ao que o grupo foi provocado a responder tais questionamentos: os professores (entre eles uma professora tutora do pró-letramento), um pouco inseguros, sugeriram tais respostas:
• Apoiar os trabalhos nos gêneros textuais;
• Contextualizar o ensino da gramática;
• Mostrar a preocupação em não transformar em um cabide de estruturas e pinçar do texto informações com perguntas de localização;

Tal socialização foi muito importante para um primeiro contato e para fortalecer os laços entre o grupo do Gestar II em Esmeraldas, porque todos compartilham as mesmas preocupações com a melhora da qualidade do ensino. A busca para tal qualidade só é possível a partir de um programa de formação continuada.

Estava previsto também uma apresentação de slides do Professor Marcuschi sobre gêneros textuais, o que não foi possível fazer por conta do desconforto do grupo e da falta de recursos tecnológicos.

O grupo estava muito desconfortável na escola disponibilizada pela Prefeitura para o encontro, então algumas cursistas propuseram que os próximos encontros fossem realizados na Escola Municipal Eurica Alves Moreira, no bairro Novo Retiro. Apesar de a escola estar localizada em um bairro distante do centro da cidade, lá o grupo poderia contar com os recursos tecnológicos necessários para a realização do Gestar II no município.

Os professores que moram no centro da cidade solicitaram que, dentro das possibilidades, os encontros poderiam ser realizados na cidade, na Secretaria de Educação ou em alguma escola da rede municipal. Após duas horas de reunião o encontro deu-se por encerrado, com a proposta de um novo encontro no dia 16 de maio, na Escola Eurica Alves Moreira.

Esses primeiros momentos do Gestar II de Português foram muito difíceis. Além da indecisão dos profissionais de língua materna (fosse em participar da formação, ou em decidir o calendário de encontros), houve ainda um problema mais grave: o material não chegou. E, de acordo com informações do MEC, só estará disponível no 2º semestre para os cursistas de Esmeraldas.

A coordenadora pedagógica do Gestar tentou, por inúmeras vezes e sem sucesso, entrar em contato com a UNDIME, por telefone e por e-mail. Até que o Formador de Matemática conseguiu o número do telefone de Adriane. Finalmente a coordenação conseguiu um primeiro contato com um provável fornecedor do kit.

A explicação que a coordenadora de Minas Gerais deu para tamanho atraso foi a de que a Secretaria de Educação, no momento da adesão ao programa, cadastrou apenas um formador e um cursista de cada área do conhecimento. E foi exatamente esse o material encontrado na Secretaria de Educação: dois kits de Português e dois kits de Matemática. Segundo Adriane, os kits seriam providenciados o mais rápido possível. Em outro contato a Adriane explicou que o Gilberto, da UNB, já enviara os kits, no entanto o material não chegou. Através de e-mail a Adriane afirmou ter enviado mais kits no dia 22 de junho.

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