Amigos Conquistados

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Leitura de Junho

Ler é sempre um prazer. Pelo menos pra mim. Quando estou lendo nada importa. Quando conheci o Bartolomeu Campos de Queirós fiquei impressionada com aquela figura. O escritor passa uma ideia de fragilidade, de suavidade. Até as palavras dele são leves e viajam para dento da cabeça da gente como passarinhos. No momento de nosso encontro, no Colégio Pio XII em Belo Horizonte, Bartolomeu disse que quando uma pessoa encontra uma coisa bela o maior desejo dessa pessoa é dividir a experiência desse belo com aqueles ao redor. Então ganhei de presente de minha amiga Kézia, professora de História na rede municipal de Esmeraldas, um dos livros do escritor poeta. E tratei de dividir esse belo e maravilhoso livro com meus alunos das turmas de 6º e 8º anos. Para cada turma foi uma experiência diferente. Nas turmas do 6º ano alguns alunos receberam o livro de braços abertos. Outros alunos, já calejados pelo sofrimento da vida e com esperanças tênues em um amanhã mais decente, sentiram-se ofendidos por lhes ter sido roubada uma coisa tão fácil e tão própria da infância: a fantasia. Pelo menos no momento da leitura duvidaram. Para eles a velha dama do livro escreveu com a pena de sentir pena de quem não sabe ler o livro da fantasia. Os alunos e alunas do oitavo ano perderam o costume de ouvir histórias. A maioria deles se esforçou muito para ouvir e viajar nas palavras da narrativa. Outros, após ouvirem, acharam qua a história estava meio sem pé nem cabeça. Outros acharam que essas coisas só podem existir mesmo na cabeça dos escritores. Ainda outros se assustaram com a mulher que teria três pares de olhos. Mas a leitura é isso mesmo: uma experiência única e delicada para cada pessoa. E, quando termina a leitura de um livro, você mesmo já é outro, diferente daquele que era quando a leitura começou. E todas essas emoções devo ao escritor de pena tão leve, que escreveu um livro para a vida. O título do livro é: Sei por ouvir dizer, da Editora Edelbra.

Um comentário:

  1. Obrigada, professora, por sempre compartilhar conosco suas belas experiências, traduzidas nesse amor sincero que que você tem por sua profissão/missão. Com certeza, o Brasil precisa de mais Sílvias.

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