Amigos Conquistados

sábado, 26 de março de 2011

Notícias sobre o GESTAR II

Acabo de receber notícias do Gestar II em Contagem, cidade vizinha à Esmeraldas. O pessoal lá deu continuidade ao Projeto em 2011. Fiquei muito feliz pois o GESTAR é um programa de formação continuada capaz de propiciar aos professores ferramentas adequadas para o ensino da língua materna e da matemática de forma significativa. Parabéns ao município de Contagem que investe na formação de seus docentes. Agora só resta saber quando a UNB certificará os tutores de 2009. Pelo menos os de Minas Gerais estão esperando seus cerificados até hoje.

domingo, 31 de outubro de 2010

Dilma Presidente

O que eu posso dizer? A essas alturas o coração dispara.
Dilma Presidente.
Que bom poder construir essa história.
É maravilhoso.

sábado, 16 de outubro de 2010

CARTA ABERTA DA COMUNIDADE FAFICH e UFMG Voto Dilma em Defesa da Ética, da Justiça Social e da Diversidade

Disponível em: https://spreadsheets.google.com/viewform?formkey=dGhsZFdfUXZYd3RnN0lubzh1NElfMFE6MQ para ser preenchido on line.


Consideramos que a ética, na condução de uma campanha política, não pode ser ultrapassada por uma simples vontade de vencer. Chegar ao poder a qualquer custo nos impossibilita de percebermos os limites éticos necessários para a condução da política. É preciso reafirmar a crítica aos modos autoritários, desonestos e elitistas de se fazer política como um caminho necessário para mantermos o respeito pelas conquistas históricas que nos constitui como povo.

Apesar de toda a violência instalada na constituição do estado brasileiro, precisamos identificar as forças progressistas que alimentam o desenvolvimento e a autonomia do povo brasileiro. Todos nós somos co-responsáveis pelos modos como os preceitos básicos da cidadania neste país são sustentados. Consideramos que a ética na condução da política, a justiça social e o respeito à diversidade humana são parte fundamental destes preceitos e, por isto, cada um de nós precisa se conscientizar de seu papel na superação dos entraves que impedem a expansão destes princípios.

Estas eleições trouxeram mais uma vez à baila a discussão alguns dos chamados temas polêmicos ou controversos. Embora de modo espetacularizado e simplificado as discussões sobre aborto, reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo e outros, trouxeram a tona toda densidade dos valores morais de nossa sociedade. A discussão em torno destes temas nunca será consensual, estes são temas polêmicos de difícil consenso e, por isso, estão afeitos ao legislativo onde a diversidade que nos constitui encontra seu lugar de disputa, embates e negociações.

De forma despolitizada e descontextualizada estes temas têm sido utilizados de todas as maneiras pelo candidato José Serra para atacar sua adversária, Dilma Rousseff, em total desrespeito às discussões, disputas e negociações que a sociedade brasileira vem tendo ao longo de muitos anos de nossa história. Estratégias como esta nos mostram como a velha política, ultraconservadora, na qual as versões antecedem está viva, pronta para se reciclar a cada instante, se recusando relegar seu vigor ao passado, este passado mesmo que histórica e cotidianamente lutamos para superar.

É nossa força de mobilização em torno do que acreditamos e defendemos que dita a força com a qual estes temas chegam ao nosso legislativo. Exigir que uma candidatura a presidência da república fique refém de disputas sobre as quais não pode decidir, porque este não é seu papel em uma democracia, é no mínimo desconhecer as funções do poder executivo em uma república e uma grave distorção ética na disputa eleitoral.

Neste contexto, esta campanha toca em uma questão fundamental para a democracia que são as relações entre o executivo e o legislativo. A candidatura José Serra, pelas formas que vem utilizando para tocar sua campanha e adentrar o espaço público brasileiro, anula uma boa parte de nossa historia de conquistas democráticas desde a proclamação da república em 1889.

Sem uma proposta programática, o candidato José Serra impõe uma gramática menor e mesquinha ao debate político atacando conquistas elementares de uma nação. Uma nação que custou muito para incluir a diversidade dos modos de ser e de viver em sua pauta política, embora esteja longe de incluí-la de fato. Uma nação que lutou pela liberdade de seus poderes e que gradativamente têm se constituído como um espaço de respeito à cidadania.

É importante recordarmos que em um curto espaço de tempo saímos de uma sociedade escravocrata para uma nação que busca o reconhecimento da diversidade racial e o respeito da diferença; da relação Estado/Igreja para autonomia do Estado laico e as liberdade e tolerância religiosas; da invisibilidade da mulher a um duro e ainda inconcluso processo de conquistas na esfera pública; do lugar do preconceito, da discriminação e da violência para com os “diferentes” para a legislação de garantia dos direitos individuais.

A justiça social é fundamental para um país que se quer desenvolvido e em busca de um papel relevante no cenário mundial. Portanto, nestas eleições o que queremos é a manutenção e a ampliação do espaço democrático que todos nós conquistamos. A ética na prática da política e uma ética da política, em uma campanha eleitoral, pressupõem o embate de projetos de nação. Precisamos nos apoiar em projetos que devem ser maiores que interesses eleitoreiros e oportunistas de última hora.

Repudiamos, pois, todo tipo de “campanha” construída e mantida neste diapasão, que enfraquece, empobrece e limita a tomada de consciência dos eleitores/as do Brasil, assim como cerceia e omite da opinião pública as condições de enfrentar, de fato, o debate que interessa à nossa nação democrática. Assim, defendemos que as políticas de estado de promoção da igualdade racial sejam realmente efetivadas em nosso país, que as políticas públicas para as mulheres, crianças e adolescentes sejam aprofundadas e expandidas, que as políticas da área fundamental dos direitos humanos, em sua variedade e diversidade, venham, de fato, a compor de modo propositivo a nossa agenda governamental, aquela que deverá ser responsável por dar continuidade à construção de um futuro realmente democrático e republicano para todos os cidadãos e cidadãs brasileiras/os como está estabelecido no Artigo 3º da nossa Constituição Federal de 1988:
“Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. (CF 1988).

Acreditamos que é a candidatura de Dilma Rousseff aquela capaz de, neste momento histórico, dar prosseguimento às conquistas por direitos com a efetiva expansão da justiça social e o reconhecimento de nossa diversidade, um movimento que apenas começamos a identificar no Estado laico brasileiro. É esta agenda aquela que será capaz, de fato, de reconhecer a força dos diferentes atores e atrizes sociais de nosso país e garantir-lhes o empoderamento social que reivindicam por direito e que devem ser experimentado na prática por uma questão ética, de solidariedade e de justiça social.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Comentário

Publico o comentário
soseducaopblica disse...

Precisamos garantir os avanços, pois na hora do voto, temos o dever e a obrigação de escolher o que é melhor para todos. Nesta hora não devemos nos guiar apenas pelos nossos interesses pessoais, pois o bem estar do próximo será também o meu.

É curioso que em nome da religião, aqueles que estão atacando a Dilma se dizem defensores da vida, entretanto estão se esquecendo de lições importantes presentes no Evangelho que é o amor ao próximo, o perdão e a tolerância.

Sou contra o aborto, entretanto simplesmente boicotar a Dilma, não vai fazer diferença, pois na clandestinidade ele vai continuar sendo praticado e milhares de mulheres continuaram perdendo suas vidas. Podemos defender a vida e lutar contra do aborto sem apelar para a hipocrisia e o farisaísmo como vem fazendo os tucanos e a massa manipulada
por eles

Uma boa idéia seria a discussão em torno de uma educação sexual de qualidade, do desenvolvimento de políticas bem estruturadas de planejamento familiar, disponibilização da laqueadura no SUS, e principalmente ensinando à nossa juventude o respeito aos direitos do próximo nas escolas.

Os religiosos que estão engajados nesta campanha anti-Dilma, deveriam aplicar as suas energias promovendo uma evangelização real dos seus seguidores e lutando contra a mídia que promove a erotização das crianças e o tabu que envolve a discussão sobre o sexo.

O que vai realmente pode deter o número alarmante de abortos praticados no nosso país, que mesmo sendo proibido por lei é praticado, é a educação e a melhoria das condições de vida do povo. É a miséria que leva muitos casais a eliminar a nova boca excedente via aborto para não comprometer a sobrevivência dos filhos já existentes. O preconceito e a intolerância religiosa que leva muitas jovens evangélicas e católicas a abortar. Algumas denominações expulsam as jovens da Igreja e a família também adota o mesmo procedimento.

A lei apenas, pouco vai fazer para erradicar o aborto, mas a melhoria da educação laica e religiosa, e, sobretudo a diminuição das desigualdades sociais poderão fazê-lo.

Votarei na Dilma, pois vejo e aprovo a atuação do PT no combate à desigualdade social e na luta para melhorar a educação, coisa que para os tucanos deve ficar para o futuro. A solução da questão social para o Serra e o grupo que ele defende e representa, é na base do cassete e da repressão.

Votem 13 e mantenham o Brasil no rumo da dignidade, da igualdade social, da democracia e do bem estar social.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Lembranças

Quando o Carlinhos pisou pela primeira vez em um centro de terapia renal substitutiva, em 1992, as coisas eram muito difíceis. Até as informações eram poucas. Havia um pacto de silêncio em torno do tratamento. Lembro que, para ser construída a primeira fístula do Carlinhos, tivemos que comprar a linha de sutura a ser utilizada na cirurgia. Até exames que foram feitos naquela época, mesmo com o Carlinhos internado, nós precisamos pagar. Naquela época ainda não se fazia o teste para detectar o vírus da hepatite C e, provavelmente, em uma transfusão de sangue, o Carlinhos foi premiado com o ANTI HCV POSITIVO, descoberto tempos depois quando já estávamos em BH.

Lembro que, naquela época, mesmo em BH, não havia distribuição de medicamentos especiais para os pacientes renais crônicos e eles eram obrigados a receberem transfusões de sangue periodicamente para manter razoáveis os níveis de hemoglobina. Havia muita, muita dificuldade para se conseguir uma vaga na hemodiálise. Hoje o acesso ao tratamento está muito mais democratizado, mesmo que hoje ainda soframos com carência de vagas. Naquele tempo para um paciente renal crônico em programa de hemodiálise conseguir um cartão de passe livre só seria possível se um daqueles que tivesse o passe morresse para dar a vez para outro na fila.

Não sou uma profissional da saúde, sou apenas usuária do SUS. De um SUS que trata muito bem seus pacientes. Tivemos acesso, nesses 18 anos de tratamento aos melhores médicos do país, às melhores clínicas e, de 2003 para cá, o acesso a um avanço tecnológico impressionante no que concerne às terapias renais substitutivas. A melhora das máquinas de hemodiálise, a capacitação cada vez maior dos profissionais atuantes na área, a humanização do tratamento, tudo tem contribuído para a melhora da qualidade de vida dos pacientes renais crônicos.

As coisas mudaram muito e mudaram para melhor. Há oito anos seria quase impensável um paciente optar pela DPA (Diálise Peritoneal Automatizada). Fosse pelos mitos que se formaram entre os pacientes renais crônicos (leia-se falta de informação), fosse pela dificuldade (leia-se impossibilidade) em se conseguir uma "cicladora". Como na propaganda eleitoral de Dilma, a cicladora poderia ser, naquela época, considerada "coisa de rico". Quando hoje os médicos e enfermeiros consideram a DPA como um tratamento às doenças renais crônicas.

O Brasil mudou para melhor em tudo nesses oito anos. Muito! Especialmente para os pobres. Sei, e aprendi isso de uma forma trágica quando perdi meu irmão há quatro anos, que ainda há muito que se fazer no país, principalmente na questão que envolve a saúde do povo brasileiro. Muito mesmo. Mas já foi muito pior. Lembro que já perdi um primo com dengue hemorrágica. No Pará em mesma já tive dengue duas vezes. Lembro que outro primo morreu com leptospirose por conta da demora de quase um mês no diagnóstico.

Há muitas lembranças ruins que guardo dos governos anteriores aos do Presidente Lula. Essas lembranças me fazem tremer ao pensar no retorno de um governo desses. Por isso, no primeiro turno das eleições para presidente votei em Dilma. E votarei nela novamente no 2º turno. Tenho certeza de que muito ainda há de ser feito pela primeira mulher a ser presidente do Brasil. Por isso que eu voto na Dilma.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O sonho e a realidade


Nesses dias muita coisa tem acontecido. Se os amigos blogueiros pudessem saber eu lhes contaria. Na verdade se eu pudesse falar todos se indignariam. Assim vamos vivendo em uma sociedade hipócrita, onde precisamos agir com estratégias para derrotar o sistema e fazer o que deve ser feito. Mas não me queixo, nasci assim, revolucionária. Nada me desanima. Nem mesmo a ignorância de certas pessoas que servem apenas de anéis para certos outros que se pretendem dedos.


Uma coisa que deixou impressionada foi o resultado das eleições. Não para presidente porque tinha certeza de que a candidata Dilma seria eleita no primeiro turno. Lamentavelmente há muitos velhos parasitas que sonham em se perpetuar no poder e que tentam a todo custo impedir a consolidação da democracia. Ainda não entenderam que democracia é o povo no poder, não o demônio no poder (apesar de muitas pessoas não acreditarem, o mal existe). E se utilizam das estratégias mais sórdidas para isso. Os revolucionários são, de certa forma, ingênuos, e acreditam na bondade e retidão do coração das pessoas. Esquecem que existe gente capaz de se vender por qualquer quantia. Até mesmo por quinze reais.


Mesmo assim sonho com uma sociedade justa. Onde os alunos possam ir a uma escola bem equipada, com professores bem formados que não precisem fazer voto de pobreza e de obediência ao sistema. Sonho com hospitais bem estruturados, sem essas filas de doença, com vagas suficientes nas UTI's, acesso a tratamentos e medicamentos à altura do que merecemos e das pesquisas desenvolvidas pelos cientistas brasileiros.


Sonho com muitas outras coisas que já venho postando aqui nesses 18 meses de trabalho. Alguns desses sonhos talvez eu consiga ver realizados. Outros eu vou beliscando pelo meio do caminho. Já disse aqui em outra ocasião que quem não luta não vence. Eu nunca desisto. E sinto que está chegando uma nova era. Nessas eleições minhas esperanças foram renovadas, assim como o Senado Brasileiro. É preciso acreditar em um futuro melhor e mais digno. Eu acredito.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Diálise Peritoneal Automatizada

Quero dividir com os amigos uma imensa alegria. Todos ou quase todos os que me conhecem sabem da luta que tenho lutado a vida inteira desde 1991, quando casei. Hoje a luta árdua tornou-se senão mais leve, pelo menos, menos pesada. Após muitas idas e vindas, desde o início de agosto até agora, finalmente conseguimos terminar treinamentos e experimentos para iniciar a Diálise Peritoneal Automatizada, de Carlinhos. Estou aqui ao lado de meu amor, estudando, organizando projetos, repensando a vida e vendo como tudo é bom.

A vida tem sido boa e tem me dado amigos que me apoiam e se alegram com minha alegria. Se eu não tivesse lutado tanto ao lado de meu grande Guerreiro iria achar que estou sonhando, tanta é a felicidade. Chegar até aqui não foi fácil. Mas daqui posso olhar para trás e ver o quanto as coisas podem melhorar sempre. Porque a experiência me diz que elas já foram muito ruins, com muitos dias sem esperança e com problemas de verdade. Perdas de verdade. Dinheiro, poder, bens materiais de toda ordem não importam.

Importa amar incondicionalmente. Amar de verdade. Não importam as humilhações, os dias de desespero, a saudade, a tristeza. O amor sempre vence. Meu amor pensa que seria melhor se o rim dele funcionasse. Ou que um novo transplante pudesse ser realizado. Penso também. Seria excelente. Mas a vida é assim. Não é possível que tudo seja do jeito que a gente quer. É possível lutar para que as coisas melhorem. E luto sempre com a certeza da Victória. Lutamos!

Dessa vez estamos apenas começando. E começando muito bem.

Um abraço a todos os que se alegram com minha alegria.
Silvia.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Por se tratar de um assunto que me emociona profundamente reproduzo na íntegra o post do Blog Educação Encarcerada, um blog " criado por integrantes do NEPFHE (Núcleo de Estudos e Pesquisas em Filosofia e História da Educação) da Faculdade de Educação (FAE) da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). O Núcleo de Pesquisa é coordenado pelo professor Laurici Vagner Gomes.

A mídia comercial em guerra contra Lula e Dilma

Por: Leonardo Boff*
*
Sou profundamente pela liberdade de expressão em nome da qual fui punido com o "silêncio obsequioso" pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o "Brasil Nunca Mais", onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário. Esta história de vida me avaliza fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o Presidente Lula e a mídia comercial que reclama ser tolhida em sua liberdade. O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de ideias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.
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Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando veem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como "famiglia" mafiosa. São donos privados que pretendem falar para todo Brasil e manter sob tutela a assim chamada opinião pública. São os donos de O Estado de São Paulo, de A Folha de São Paulo, de O Globo, da revista Veja, na qual se instalou a razão cínica e o que há de mais falso e chulo da imprensa brasileira. Estes estão a serviço de um bloco histórico assentado sobre o capital que sempre explorou o povo e que não aceita um Presidente que vem desse povo. Mais que informar e fornecer material para a discussão pública, pois essa é a missão da imprensa, esta mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição.
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Na sua fúria, quais desesperados e inapelavelmente derrotados, seus donos, editorialistas e analistas não têm o mínimo respeito devido a mais alta autoridade do país, ao Presidente Lula. Nele veem apenas um peão a ser tratado com o chicote da palavra que humilha. Mas há um fato que eles não conseguem digerir em seu estômago elitista. Custa-lhes aceitar que um operário, nordestino, sobrevivente da grande tribulação dos filhos da pobreza, chegasse a ser Presidente. Este lugar, a Presidência, assim pensam, cabe a eles, os ilustrados, os articulados com o mundo, embora não consigam se livrar do complexo de vira-latas, pois se sentem meramente menores e associados ao grande jogo mundial. Para eles, o lugar do peão é na fábrica produzindo.
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Como o mostrou o grande historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma), "a maioria dominante, conservadora ou liberal, foi sempre alienada, antiprogressista, antinacional e não contemporânea. A liderança nunca se reconciliou com o povo. Nunca viu nele uma criatura de Deus, nunca o reconheceu, pois gostaria que ele fosse o que não é. Nunca viu suas virtudes, nem admirou seus serviços ao país, chamou-o de tudo -Jeca Tatu-; negou seus direitos; arrasou sua vida e logo que o viu crescer ela lhe negou, pouco a pouco, sua aprovação; conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que continua achando que lhe pertence (p.16)".
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Pois esse é o sentido da guerra que movem contra Lula. É uma guerra contra os pobres que estão se libertando. Eles não temem o pobre submisso. Eles têm pavor do pobre que pensa, que fala, que progride e que faz uma trajetória ascendente como Lula. Trata-se, como se depreende, de uma questão de classe. Os de baixo devem ficar em baixo. Ocorre que alguém de baixo chegou lá em cima. Tornou-se o Presidente de todos os brasileiros. Isso para eles é simplesmente intolerável. Os donos e seus aliados ideológicos perderam o pulso da história. Não se deram conta de que o Brasil mudou. Surgiram redes de movimentos sociais organizados, de onde vem Lula, e tantas outras lideranças. Não há mais lugar para coronéis e para "fazedores de cabeça" do povo. Quando Lula afirmou que "a opinião pública somos nós", frase tão distorcida por essa mídia raivosa, quis enfatizar que o povo organizado e consciente arrebatou a pretensão da mídia comercial de ser a formadora e a porta-voz exclusiva da opinião pública. Ela tem que renunciar à ditadura da palavra escrita, falada e televisionada e disputar com outras fontes de informação e de opinião.
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O povo cansado de ser governado pelas classes dominantes resolveu votar em si mesmo. Votou em Lula como o seu representante. Uma vez no Governo, operou uma revolução conceptual, inaceitável para elas. O Estado não se fez inimigo do povo, mas o indutor de mudanças profundas que beneficiaram mais de 30 milhões de brasileiros. De miseráveis se fizeram pobres laboriosos, de pobres laboriosos se fizeram classe média baixa e de classe média baixa de fizeram classe média. Começaram a comer, a ter luz em casa, a poder mandar seus filhos para a escola, a ganhar mais salário, em fim, a melhorar de vida.
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Outro conceito inovador foi o desenvolvimento com inclusão social e distribuição de renda. Antes havia apenas desenvolvimento/crescimento que beneficiava aos já beneficiados à custa das massas destituídas e com salários de fome. Agora ocorreu visível mobilização de classes, gerando satisfação das grandes maiorias e a esperança que tudo ainda pode ficar melhor. Concedemos que no Governo atual há um déficit de consciência e de práticas ecológicas. Mas, importa reconhecer que Lula foi fiel à sua promessa de fazer amplas políticas públicas na direção dos mais marginalizados.
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O que a grande maioria almeja é manter a continuidade deste processo de melhora e de mudança. Ora, esta continuidade é perigosa para a mídia comercial que assiste, assustada, ao fortalecimento da soberania popular que se torna crítica, não mais manipulável e com vontade de ser ator dessa nova história democrática do Brasil. Vai ser uma democracia cada vez mais participativa e não apenas delegatícia. Esta abria amplo espaço à corrupção das elites e dava preponderância aos interesses das classes opulentas e ao seu braço ideológico que é a mídia comercial. A democracia participativa escuta os movimentos sociais, faz do Movimento dos Sem Terra (MST), odiado especialmente pela VEJA, que faz questão de não ver; protagonista de mudanças sociais não somente com referência à terra, mas também ao modelo econômico e às formas cooperativas de produção.
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O que está em jogo neste enfrentamento entre a mídia comercial e Lula/Dilma é a questão: que Brasil queremos? Aquele injusto, neocoloncial, neoglobalizado e, no fundo, retrógrado e velhista; ou o Brasil novo com sujeitos históricos novos, antes sempre mantidos à margem e agora despontando com energias novas para construir um Brasil que ainda nunca tínhamos visto antes?
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Esse Brasil é combatido na pessoa do Presidente Lula e da candidata Dilma. Mas estes representam o que deve ser. E o que deve ser tem força. Irão triunfar a despeito das más vontades deste setor endurecido da mídia comercial e empresarial. A vitória de Dilma dará solidez a este caminho novo ansiado e construído com suor e sangue por tantas gerações de brasileiros.
*****
* Teólogo, filósofo e escritor - Representante da Iniciativa Internacional da Carta da Terra]. http://www.adital.org.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=51181

domingo, 19 de setembro de 2010

Sociedades em rede e a EAD

O planeta atravessa uma etapa de rápidas e enormes transformações. E, de acordo com PRETTO (2008): “A Internet passa a fazer parte da realidade do mundo acadêmico e, rapidamente, vai se despontando como importante elemento de conexão entre equipamentos e, com isso, introduzindo novas formas de se produzir conhecimento e cultura ”.

Nesse panorama, a importância de se estudar os Fundamentos da Educação a Distância é que, segundo NEVES, (apud Campos et al, p. 1) “a EAD não é um modismo: é parte de um amplo processo de mudança que inclui não só a democratização do acesso a níveis crescentes de escolaridade e atualização permanente como também a adoção de novos paradigmas educacionais”. É importante considerar que é preciso conhecer o que há de disponível em relação às tecnologias, mas que isso não é mais importante que os benefícios que essas tecnologias possam trazer para a vida das pessoas que fazem uso delas.

Em RAMAL, 1996 há a preconização de um novo perfil de professor: “Com efeito, se não houver uma preparação consistente do professor que lidar com esses meios, muitas vezes tais atividades terão pouca validade pedagógica. A utilização da informática e da Internet na escola pode correr o risco de se fechar em si mesma, isto é, no uso do computador pelo computador. ” Ainda de acordo com RAMAL é preciso dar ao estudante um novo lugar na construção de seu conhecimento: o papel de sujeito ativo, centro do processo, um agente de construção de novas realidades.

Por isso o estudo dos fundamentos da EAD é imprescindível para aqueles que sonham com um novo paradigma de educação em rede, com uma sociedade mundialmente informatizada. Há que se deixar de lado paradigmas ultrapassados e compreender a complexidade das relações no mundo contemporâneo.

Texto produzido em setembro de 2010 para a pós-graduação em Planejamento, Implementação e Gestão de EAD, da UFF.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMPOS Fernanda C. A.[et al.], Fundamentos da educação a distância, mídias e ambientes virtuais /. - Juiz de Fora: Editar, 2007.

PRETTO. Nelson, Educação e inovações tecnológicas: um olhar sobre as políticas públicas brasileiras . (disponível em http://www2.ufba.br/~pretto/textos/rbe11.htm )

RAMAL Andrea Cecilia. "Internet e Educação" in Rio de Janeiro: REVISTA GUIA DA INTERNET.BR, Ediouro, no 5., 1996.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Objetos de Aprendizagem

Objetos de aprendizagem: características e utilização

Objetos de aprendizagem são recursos pedagógicos digitais, lúdicos e dinâmicos que devem ser utilizados para incentivar a pesquisa e a construção de novos conhecimentos, além da incorporação didática das TIC's.

Para definir um objeto de aprendizagem (OA)

há o consenso de que ele deve ter um propósito educacional definido, um elemento que estimule a reflexão do estudante e que ele seja construído de forma que possa ser facilmente reutilizado em outros contextos de aprendizagem

(Macêdo et all, 2007).

Principais características de um OA.

Um OA deve ser organizado a partir de atividades que promovam a construção de um conhecimento significativo, que estimule no aprendiz a busca pela resolução de problemas de forma interessante e interativa. Um OA tem como características a adaptação às necessidades, habilidades, formação, interesses e estímulos cognitivos do educando, permitindo integrar conteúdo, ritmo e dificuldade, utilizando a internet/web como meio de acessibilidade. Um OA é também uma ferramenta que permite o aprimoramento do ensino interativo, favorecendo a aprendizagem e melhorando o processo de construção de conhecimento nas escolas.

A WebQuest como OA

De acordo com SILVA (2006) a internet deve ser vista como um poderoso manancial de informações. Isso pode, muito mais que ajudar, atrapalhar o estudante. Ao professor cabe direcionar e motivar a pesquisa escolar através da Internet/Web, direcionando os alunos a questionamentos com o intuito de alcançar melhores resultados em suas atividades de pesquisas escolares. A ferramenta WebQuest (questões da web) é facilitadora desse processo de construção significativa de conhecimentos, proporcionada por um software livre (PHPWebquest).

Ainda de acordo com SILVA (2006) a Webquest promove a aprendizagem colaborativa, que possibilita o alcance de objetivos para uma maior qualidade de ensino, reunindo propostas e soluções de vários alunos do grupo. proporcionando a responsabilidade do indivíduo tanto pelo grupo (coletivo) quanto pela sua própria aprendizagem.

A webquest é uma ferramenta que pode desencadear a produção de outros OA como blogs, vídeos, documentários, podcasts. Uma fonte impressionante de enriquecimento e valorização da concepção interacionista da educação: a de construção social.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARROS. Gílian Cristina Webquest: metodologia que ultrapassa o ciberespaço. (disponível em http://www.webquestbrasil.org/node/4 e acessado em 16/09/2010).

LIMA. Márcia Deubiex Oliveira, et all. Tecnologia Assistiva - Sobre Objetos de Aprendizagem. Unesp (disponível em http://www.youtube.com/watch?v=M7aHFTxX1pQ&feature=related e acessado em 16/09/2010)

MACÊDO. Laécio Nobre de, MACÊDO. Ana Angélica Mathias, CASTRO FILHO. José Aires de, Avaliação de um Objeto de Aprendizagem com Base nas Teorias Cognitivas . SBC: Rio de Janeiro/ RJ. Julho de 2007.

SILVA. Karine Xavier Soares, Webquest: uma metodologia para a pesquisa escolar por meio da internet .Brasília: DF. 2006. (disponível em http://www.webquestbrasil.org/node/4 e acessado em 16/09/2010).

SOUZA. Silvia Suely Amaral de, Cordel: Literatura Popular do Nordeste. (webquest criada em agosto de 2010 para promover a construção de conhecimento de forma colaborativa. Disponível em http://www.webquestbrasil.org/criador/webquest/soporte_tabbed_w.php?id_actividad=19552&id_pagina=1 e acessada em 16/09/2010)