Amigos Conquistados

sábado, 4 de setembro de 2010

Blogs Sujos

O candidato à Presidência da República, José Serra, em entrevista ao Jornal da Globo “falou em “blogs sujos” sem dizer quem são”. Fiquei pensando que o PSDB é assim mesmo. Lógico que fiquei chateada porque meu blog, como os dos colegas que sigo, é limpinho.

Como muita gente sabe, geralmente não durmo durante a noite. Então, nesse sábado de reposição, fomos trabalhar pela manhã: uma estratégia para ver o aumento do número de alunos na escola. Deu certo. Não tinha dormido ainda. Cheguei em casa um pouco antes da uma da tarde, hora em que geralmente estou saindo, já que moro pertíssimo da escola. Fui dormir.

Acordei com um chamado deste blog para falar da cara de pau do candidato ao governo de Minas no Programa Eleitoral de ontem. Estava eu pelejando numa luta sem fim com o BASE do BROFICE com a TV ligada no Horário Eleitoral. Não estava assistindo, mas tenho essa mania de ficar com a TV ligada o dia inteiro. Sei lá... Aqui em casa tem TV espalhada por todos os cômodos. Já lamentei muito por não ter uma TV no banheiro. De repente ouvi o Senhor Aécio Anastasia, perdão, Antônio Anastasia, dizer que efetivou os contratados da Lei 100 como se estivesse falando de um feito maravilhoso.

Sinceramente, não tenho nada contra meus colegas “efetivados”. Mas é consenso que essa manobra política de efetivar os contratados é ilegal, já que tal fato se deu sem a realização de concurso público. Isso já é de arrepiar os cabelos. O pior e inimaginável é um candidato à vaga de Governador de Minas Gerais utilizar de uma manobra completamente ilegal para se promover dessa forma.

Desculpem aqueles que vão dizer que não tenho que ver com isso, porque nem mineira eu sou. No entanto tenho a meu favor o fato de que sou brasileira e vivo sob a mesma Constituição. Além de tudo sou Professora. Designada também na rede estadual e esperando o edital do concurso, após a histórica luta dos 47 e sete dias, como gosta de chamá-la meu colega Euler Conrado.

E é exatamente escrevendo sobre o colega Euler que quero terminar meu post. Ao ligar o computador vejo a notícia: Demissões e remoção na escola do coordenador deste Blog: governo de Minas inicia vingança? .

Primeiro veio a revolta. Claro. Fazer isso com um companheiro de luta, um Professor que só faz o que tem que fazer, porque a sociedade não espera menos de um Professor, pelo menos de um Professor de História. Os que não estão na luta são os que estão enganados. E muito. Depois veio a reflexão: há que se tirar algo dessa história.

Depois de tanto golpe desse governo, que já deu tanto tiro no pé tentando transformar os trabalhadores da educação em criminosos, é possível que ele tenha partido para o lado pessoal, afinal Euler nos manteve informados a respeito de todas as manobras do “Faraó” e seu afilhado (expressões de Euler) durante a greve e, principalmente, agora no pós-greve.

Será que eles pensam que essas coisas ainda são resolvidas assim? Mais tiros no pé. Bem que mereceram todos a cerimônia de desmedalhamento no ato público de São João Del Rei no dia 21 de abril. Queria saber onde foi que esse povo do desgoverno aprendeu esses conceitos de Democracia.

Será que eles não sabem que as sociedades se formam em rede e que, em breve, haverá muitos eleitores, dentre eles milhares de professores, que influenciam o voto de outros milhares, sabendo de mais essa página triste da história dos mineiros, nesse governo que, entre muitas outras tristes coisas, efetiva funcionários sem concurso público, criminaliza um movimento justo de trabalhadores da rede pública estadual (com a ajuda de um judiciário com j minúsculo e a conivência de uma parte da imprensa)?

Será que eles não sabem que, além de procurar seus direitos, o Professor Euler jamais se calará? Quero me solidarizar com o Professor Euler. Dizer a ele que pode contar com meu apoio. E convido os colegas.

Juntem-se!

Unam-se!

Abraços da Silvia

sábado, 21 de agosto de 2010

Como o Estado trata os Professores e a Sociedade

Na contramão de tudo o que é bom, honesto e digno, contra tudo em que o professor de escola pública acredita, vem o governo estadual mineiro e passa a fechar diversas turmas com "poucos" alunos. Não venho aqui usar esse espaço para reclamar porque "perdi" uma de minhas turmas. Talvez perca até as duas, quem sabe.

A essas alturas, depois de uma greve, há mesmo turmas com seis, sete alunos frequentes. Casos que, realmente, precisam ser revistos. Mas há que se concordar que nem todas as turmas "fechadas" pela SEE se enquadram nessa realidade.

Em uma das turmas há 21 alunos frequentes que serão remanejados para turmas compostas por 35 e 30 alunos, respectivamente. Uma ficará com 45 alunos e outra com 41 alunos. O governo de Minas deveria se envergonhar de promover uma prática dessas. Tenho certeza que isso não está acontecendo só aqui em Contagem. Quando os professores entram nessas salas não conseguem escrever no quadro sem esbarrar na carteira de algum estudante.

É o respeito devotado não só aos educadores, que adoecem às pencas, como observamos em nossas rotinas, mas aos estudantes da Educação Básica de Minas Gerais. É cair do céu de Confins ao inferno da realidade dura e cruel que nos cerca.

Quero aproveitar o espaço e mandar um grande abraço ao Professor Anastasia e dizer a ele que nem eu e nem ninguém da minha família (e de muitas famílias que eu conheço) votaremos nele para que ele continue com esse governo de falta de respeito ao educador das Gerais.

E, para terminar, quero só lembrar um refrão das caminhadas pelas ruas de Belo Horizonte nos dias das Assembleias da categoria:

"1, 2, 3
4, 5.000
Nós é que fazemos
A História do Brasil."





Produção de Materiais Didáticos para a Diversidade

Saí hoje de um encontro presencial (o primeiro) do curso ofertado pela UFMG, no polo UAB de Confins. Lá pudemos refletir sobre a autoria a partir do texto "Autor e Autoria" de Gilcinei Teodoro Carvalho. Uma discussão muito produtiva no sentido em que tive a oportunidade de pensar com mais clareza sobre as práticas que os professores tanto repudiam e que os estudantes aprendem de nós, seus professores: o control c+control v. Há muitos aspectos do texto que merecem ser discutidos, pensados e repensados pelos educadores do Brasil.

Também esteve presente no encontro a Pesquisadora Mariza Guerra de Andrade, para falar de um assunto de minha paixão: o patrimônio cultural. O tema da palestra da Professora Mariza: O Patrimônio na perspectiva da diversidade. Pena que foi pouco o tempo pra falar de um assunto tão vasto, tão significativo. A Professora Júnia Sales Pereira, coordenadora do curso, informou que haverá mais discussões sobre esse assunto.

Para iniciar a discussão assistimos ao curta "Dona Cristina Perdeu a Memória".

Antes de tudo isso, ainda pudemos assistir à Chimamanda Adichie: O perigo de uma única história
Se puder, assista ao curta e à palestra da romancista nigeriana Chimamanda Adichie. Você vai gostar, tenho certeza.

Saí desse encontro com uma vontade muito grande de fazer muitas coisas de forma diferente. A única vontade que não dá pra mudar é essa de ser Professora. Investir na minha formação é muito, muito gratificante mesmo.

Silvia.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Quem não luta não vence.

Durante o primeiro semestre, enquanto lutávamos na histórica greve de 47 dias, em Esmeraldas (região metropolitana de Belo Horizonte) o Sindiute (Subsede Betim) promoveu junto à categoria a campanha salarial 2010. Uma greve de dez dias fez com que conseguíssemos alcançar algumas conquistas e consolidar outras.

Entre as conquistas para a categoria está um aumento salarial de 15% para os professores, que está sendo implementado gradativamente desde o mês de junho. Estava na pauta, e também foi acordado pela Comissão de Negociação, a eleição para diretores das escolas municipais até o final do ano de 2010. Também a categoria pede a realização de concurso público, ainda este ano.

No entanto, o que quero comentar aqui é a respeito da consolidação de uma conquista que vem sendo implementada desde a campanha salarial de 2009: a redução da jornada de trabalho do administrativo. Hoje foi o primeiro dia na rede que os funcionários do administrativo cumpriram a carga horária de seis horas.

Essa conquista é fruto de muita luta. E só foi possível pela união de todos os que a lutaram. Quero externar minha felicidade em ter participado dessa mobilização. Estou muito satisfeita com o resultado. E, no ano que vem, quando começarmos uma nova campanha salarial, espero que o e o resultado das campanhas de 2009 e 2010 seja estímulo para todos os companheiros da Educação em Esmeraldas.

Agradeço ao Sindiute Betim o apoio e o empenho na campanha, mesmo sem a contribuição dos servidores da rede municipal ao Sindicato, já que a Prefeitura ainda não promoveu o desconto em folha.

domingo, 1 de agosto de 2010

Concurso Público SEE 2010.

Finalmente alguma notícia a respeito do concurso público da Secretaria Estadual de Educação/MG. Não é possível dizer que seja uma boa notícia. No entanto é importante no sentido de mostrar que o Sindicato está atento às manobras governamentais para descumprir sistematicamente o acordo com a categoria.

Para os amigos Professores é bom que comecem a se preparar. Depois da repercussão de nossa greve histórica (como gosta de chamá-la nosso colega Euler Conrado, do blog do Euler) deverá ser um concurso concorridíssimo, com candidatos de todo o país querendo aportar por aqui. Estudar é preciso.

sábado, 31 de julho de 2010

Os amigos

Amigos. Tenho sofrido com as ausências deles. Culpa minha de não parar quieta em lugar algum. Meus amigos são pessoas normais. Gostam de viver quietos, ter casa, família, emprego certo, a mãe por perto. Eu tenho uma vida de incertezas. A mim basta saber que minha mãe está lá e na hora que eu precisar sei que serei socorrida.

Dessa vez provei do meu próprio veneno. Minha amiga me deixou. Foi morar em Curvelo. E me deixou aqui morrendo de inveja. De inveja, de saudade, com a cabeça perturbada, cheia de preocupações. Mas que vida desgraçada! (desculpem os amigos mineiros, mas a palavra desgraçada não é palavrão no meu dialeto papa-chibé).

Preciso me aquietar. Mas essa inquietude não é culpa minha. É uma busca de não sei o quê, não sei onde. Os psiquiatras mais experientes talvez tenham por diagnóstico um tal transtorno por déficit de atenção acentuado por excessiva fé na vida, no amor e nas pessoas. Mas, dessa vez, o golpe foi duro. O que foi fazer aquela ingrata lá em Curvelo? Espero que tudo dê certo.

Acho que a vida nunca vai parar de me surpreender. Mas agora ela já está começando a me passar para trás.

terça-feira, 27 de julho de 2010

"Pauapixuna"


Uma cantiga de amor se mexeu
Uma tapuia no porto a cantar
Um pedacinho de lua nascendo
Uma cachaça de papo pro ar
Um não sei quê de saudade doente
Uma saudade sem tempo ou lugar
Uma saudade querendo, querendo
Querendo ir e querendo ficar

Férias só servem pra isso: dar uma tristeza sem fim no coração da gente. Estou eu aqui ouvindo essas músicas maravilhosas do Ruy e do Paulo André Barata na voz de sua melhor intérprete Fafá de Belém e do também inesquecível Walter Bandeira com uma vontade daquelas de voltar pra casa. O tempo que passo nas salas de aula da vida não deixa eu pensar nessa saudade que só falta me matar.

Quando estudava na UFPa tive a felicidade de conhecer o trabalho de Ruy Barata. E aprofundar o entendimento de minhas raízes culturais. Mal sabia que um dia iria derramar lágrimas e mais lágrimas com vontade de voltar pra casa, sem poder. E que Ruy iria me consolar. Foi Rogério, o Divino, quem me ensinou, entre outras coisas, a amar o Ruy.

E de repente comecei a pensar em ouvir novamente "Uma batida de remo a passar". Como nas noites enluaradas da minha vida ilhoa. Imagino a casa de meus tios abandonada lá naquele igarapé, tantos amigos deixados por lá. E tantos que não mais hei de encontrar. O que mais me impressiona é que não penso na minha própria casa na Belém Continental. Meu coração está a mercê das marés.

Maré de lance, meu tio dizia. Geralmente eu tinha medo das marés de lance porque elas estrondavam em meus ouvidos pouco acostumados a essas coisas de marés. Nessas ocasiões sempre pensava que o rio estava zangado. Talvez estivesse mesmo. Vai lá saber dessas coisas de rio. Mesmo assim gostava de ver o rio encher até não caber mais em si. E ultrapassar um limite que não era dele, mas apenas imaginado por nós.

Depois que passava a preamar vinha aquele mundo de água igarapé afora. Até o rio quase morrer transformado em um fio de água gelada. Siga os links acima e ouça/descubra (caso você não conheça ainda) o talento de Ruy Barata para fazer a gente pensar em coisas há muito esquecidas. Eu até sinto o arrepio provocado pela água gelada do rio na baixa-mar. Carlinho, com sua sabedoria e sensibilidade para as coisas da natureza, fala em preamar de enchente e preamar de vazante. Quisera eu poder esvaziar meu peito de toda essa tristeza que me invade. É maré de lance.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Vestibular UFMG: Será o fim do mundo?

Hoje foi a reunião anual dos professores do Ensino Médio com a Comissão Permanente do Vestibular (COPEVE MG). Fomos convidados para participar dessa reunião. Algo que, pelo que eu fiquei sabendo, acontece todos os anos.

Hoje é que ficamos sabendo oficialmente que a primeira etapa do Vestibular será feita através do ENEM. E, para o espanto geral dos professores de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, que apenas quatro cursos (Teatro, Dança, Letras e Comunicação) farão prova de Língua Portuguesa na segunda etapa do vestibular de tão renomada Universidade Federal.

Confesso que me retirei do auditório da Reitoria, antes da reunião acabar em sinal de protesto, juntamente com todos os professores que lá estiveram. Fiquei meio abestada com a situação. Saímos todos muito revoltados deixando lá a Comissão que elabora a prova de Língua Portuguesa. Os professores perguntaram a si mesmos e aos honoráveis membros da Comissão: Que Prova?" Ninguém soube responder.

O golpe mais duro foi a retirada da Prova de Literatura do Vestibular. Uma festa para quem já não gosta mesmo de ler. Conversando com os colegas na sala dos professores, parcialmente refeita do abestalhamento (há que ter tempo para assimilar uma notícia dessas) chegamos à conclusão de que há sim um objetivo muito perverso na organização desses movimentos: Deixar as pessoas cada vez mais alienadas. Fazer com que elas não entendam mesmo o que os políticos dizem. Pão e circo para o povo, que agora vai fazer a redação do ENEM, a prova de Literatura do ENEM, e tudo o mais do ENEM.

Claro que tentaram explicar. Tentaram até colocar uma historinha de lei, Ministério Público, Juiz... Não colou. Sinceramente: É o fim do mundo não cobrar Literatura no Vestibular. Segundo explicações, o Juiz Fulano de Tal exigiu que as chances deveriam ser as mesmas para quem leu o livro e para quem não leu: todos deveriam ser capazes de responder às questões da prova de Literatura lendo ou não os tais livros.

E, pasmem, essa decisão da retirada da prova de Literatura não foi atrelada ao ENEM. Antes de a Universidade aderir ao ENEM tal decisão já estava tomada. Em março.

Como se diz lá em Belém, é uma avacalhação. Talvez alguém deva achar que Literatura não importa. Talvez não seja mesmo importante. E eu e milhares de professores estejamos enganados. Talvez não deva ser este o perfil de um estudante da laureada Universidade Federal: o de um estudante leitor. Talvez...

Ler pra quê? Estudar pra quê?

Silvia.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Gente:
Tem umas dúvidas que ficam martelando aqui na minha cabeça e quero compartilhar com vocês:
  • É certo isso de um trabalhador fazer greve por aumento de salário e ter como proposta do empregador um aumento na carga-horária?
  • É normal constituir uma comissão paritária para decidir sobre um assunto e, antes do fim das negociações, um dos "parceiros" anunciar uma decisão que ele tomou? Sozinho?
  • É possível pedir aumento pra hoje e receber só no ano que vem?
  • Será que Governador pensa que somos crianças?
  • Essa atitudes são aceitas por nós e a proposta está se firmando entre nós como aceitável porque nossas atenções estão voltadas para a Copa do Mundo?

Todos à Assembleia da categoria dia 17/06/2010. Precisamos dar uma resposta à Sociedade, ao governo, a nós mesmos.

Um abraço da Sílvia.