Amigos Conquistados

segunda-feira, 15 de março de 2010

O cordel: Oficina livre.

Ainda no dia 12 de setembro, após o almoço, nos reunimos novamente para o estudo da literatura de cordel e suas aplicações em sala de aula. Assistimos a vários vídeos sobre a lenda do Cabeça de Cuia e sobre a Literatura de Cordel. Esta atividade era parte do trabalho que viria a seguir:

Utilizando pincéis, tintas, bandejas de isopor, cola, estilete e criatividade passamos para a segunda parte de nossa oficina. Com base na Lenda do Cabeça de Cuia, criamos a Lenda do Cabeça de Fogo e, para ilustrar a lenda, produzimos um carimbo, utilizando as bandejas de isopor e todo o material que fora providenciado.

Levei para as cursistas um carimbo que eu tinha construído a partir da Lenda do Rio Amazonas e elas gostaram muito. Eu já havia experimentado também, com os alunos dos 6ºs anos, um trabalho de carimbos a partir de trava-línguas, sugerido no AAA5. Levei para elas observarem e elas consideraram um trabalho muito interessante.

Texto coletivo:
A lenda do cabeça de fogo.

O povo não acredita
Em história de cachaceiro
de vaqueiro e pescador

E diz que toda mentira
tem um fundo de verdade
se dita por muita gente.
E uma história de verdade
contada como brincadeira
Por mais real que pareça
Nunca será verdadeira.

Existe história lendária
Que com tempo ganha fama

Há muitos anos atrás
Existiu em Minas Gerais
Um pinguço, um cachaceiro
Chiva era seu nome
Cresceu sem religião
Sem pai e sem irmão
Sua mãe muito velhinha
Sem mágoa no coração.

Chiva, o preguiçoso
Não aprendeu trabalhar
E, devido a bebedeira,
Danava a esbravejar.
Vivia ameaçando
Dava soco, dava gritos
Agredia a todo mundo
Os outros eram malditos.
Sua mãezinha chorava
Muito tristonha a velhinha.

Sem esperança na vida
Em sua pobre casinha
O sofrimento do filho
sem trabalho e sem vontade
de dar a volta por cima
Vendo o filho em desespero
A bebida o consumia
Sem ter sorte na vida
A mãe se compadecia.

Mais uma vez a cachaça
E Chiva chegou zangado
Não tinha arrumado trabalho
E irritado bebeu
muito mais do que podia
E xingava todo mundo.
Sua mãe, que culpa tinha?
Mas ela lhe disse: - Filhinho
Não pense mais em mazela
E tome um café com pão.

Nervoso, tinhoso, ficou
Foi lá no fogão à lenha
E pegou de uma panela
Sentou na cabeça dela.
A pancada muito forte
Levou a velhinha à morte.
E de tão desesperado
Chiva ficou azul.
Com a cabeça amassada
E muitos dentes quebrados
Só lhe restou mesmo um.

Em desespero sombrio
Nem pensou no que fazia
E enfiou sua cabeça
No meio da brasa que ardia
E o povo, muito assustado
batizou "Cabeça de Fogo"
o monstro azul do povoado.
E a sombra da maldição
acompanhou-o para sempre
a partir daquele dia.

Após a produção textual e também da imitação da xilogravura (carimbo na bandeja de isopor), passamos a uma conversa breve a respeito de algumas formas de utilizar o trabalho com a literatura de cordel em nossas turmas do Ensino Fundamental. Um comentário que me deixou muito satisfeita foi o seguinte: "Sempre achei que seria muito difícil realizar uma atividade como essa em sala de aula. Vejo agora o quanto me enganei".

Encerramos a atividade e marcamos o próximo encontro para o dia 26 de setembro. A ideia principal era encerrar os estudos do TP6 e iniciar os estudos do TP1.


Os vídeos utilizados estão nos endereços eletrônicos abaixo. Além deles, foi também utilizada uma apresentação em power point produzida pela Professora Simone, de Brumadinho que, generosamente, compartilhou de seu trabalho maravilhoso com todos os formadores do Gestar II, da região de Belo Horizonte.
http://www.youtube.com/watch?v=OTxEL9lptW4

http://www.youtube.com/watch?v=9c5wlJCfm1g

Um comentário:

  1. bom muito interessante tu tem que colocar coisas assim no seu blog coisas atrativas porque não coloca informações sobre uma pessoa que vc gosta ou talvez não gosta

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